quarta-feira, 16 de março de 2011

O que é a Identidade?

A identidade é essencial em grande parte das questões relativas à natureza humana. Definida no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1994/5) como:

S.f. 1. Qualidade de idêntico. 2. Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa: nome, idade, estado, profissão, sexo, defeitos físicos, impressões digitais, etc. 3. Reconhecimento de que um indivíduo morto ou vivo é o próprio. 4. Cédula de identidade. 5. Mat. Relação de igualdade válida para todos os valores das variáveis envolvidas (p. 349).

A identidade nos remete à qualidade de idêntico, àquilo que pode a partir desta qualidade diferenciar-se ou comparar-se a outras qualidades análogas. Contudo, a questão do processo de construção de uma identidade (tanto individual como coletiva) envolve diversos fatores inerentes à complexa condição humana. Por isso, definir-la torna-se uma tarefa de extrema dificuldade que há suscitado o surgimento de inúmeras teorias acerca de como ocorre esse processo.  

Atualmente, o processo de Construção da Identidade tem passado por várias transformações decorrentes da globalização e dos avanços tecnológicos. Neste contexto, as redes sociais (Orkut, Facebook, Formspring...) são os protagonistas destas mudanças, refletindo a sociedade globalmente conectada em um âmbito virtual.

 Assim sendo, devemos explorar o que ocorre com a Identidade das pessoas quando imersas neste imenso lócus onde se entrecruzam, interagem, cooperam e competem os cidadãos conectados à “sociedade em redes” ou  “mundo virtual”.

Para tanto, a opinião pessoal dos usuários é fundamental nessa árdua tarefa, sendo ainda mais importante que as inúmeras teorias relativas à esse fenômeno.

3 comentários:

  1. Acredito que a identidade de uma pessoa é unica para quem a conhece e para si mesma, porém ao entrar numa rede social é fácil apenas vestir uma "máscara" e se esconder atrás de sua nova e forjada identidade. Mas as relações não deixam de ser como na vida real, as pessoas continuam procurando aceitação do grupo e algumas acabam procurando mais aceitação virtual que na vida real. Um grande exemplo são os fóruns e grupos de discussão presentes no orkut, facebook e muitos outros onde finalmente os que se sentiam "rejeitados" sociais encontram seu espaço para falar dos mais variados tópicos e possuem a oportunidade de encontrar seus idênticos.
    Hoje em dia estamos cada vez mais colocando nosso verdadeiro "eu" pra jogo, mas a alguns anos atrás a internet era dominada por fotos sem rosto e nomes fictícios. Eram pessoas ousadas por se esconder atrás de seus novos rótulos, encarnavam seus personagens como folião com máscara de carnaval, com tamanha libido raramente mostravam sua verdadeira face!
    Num futuro próximo, com o crescimento da tecnologia, a tendência é realmente que as mascaras caiam e mesmo aquelas falsas autobiografias esforçadas por encontrar aceitação deixarão de existir. Um exemplo claro está no próprio facebook onde pessoas estão cada vez mais ingressando informações pessoais reais sobre si mesma e onde a vida das pessoas nunca esteve tão exposta!

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  2. Excelente o comentário do Mr.Shnitzel.

    Acredito que atualmente as máscaras que utilizamos tendem a cair, porém, creio que ao mesmo tempo em que as habituais máscaras caem, usamos outras com as quais nos relacionamos com os demais em diferentes ocasiões, por exemplo, no trabalho, em casa, com os amigos, nas redes sociais...

    De fato, o conceito de máscara é fundamental para entender o que chamamos de personalidade. O termo persona provém do latim e quer dizer máscara. Nesse sentido, a personalidade do indivíduo está relacionada ao conjunto de máscaras que o mesmo utiliza e que o define como tal.

    Com respeito ao conceito é Identidade, nos referimos às peculiaridades, idiossincrasias, aos aspectos sui generis do indivíduo que abrangem as vicissitudes que lhe correspondem enquanto ser-no-mundo. Isto é, tanto as máscaras que ele utiliza como também as categorias às quais pertence (sexo, etnia, nacionalidade, filiação, nível sócio-econômico...) e a forma como ele se apropria de tudo isso. Com efeito, temos um circuito complexo de resignificações que cada indivíduo faz -à sua maneira- de tudo isso.

    Estou de acordo com o Sr. também no que diz respeito à encontrar aceitação em um mundo tão disperso como o atual. Acredito que pertencer é algo que sempre buscamos.

    Contudo, não podemos esquecer-nos da individualidade em meio a este complexo âmbito com o qual nos “conectamos” na atualidade.

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  3. Na minha opinião, existem três tipos de identidade: 1. o que eu acho que eu sou; 2. o que os demais pensam que eu sou; 3. o eu definido por meu rol na sociedade. Nesse sentido, a função das redes sociais é a construção da identidade do tipo 1, colocando de manifesto todas essas qualidades que a pessoa está convencida de ter.

    Como seres humanos, procuramos um ideal de pessoa, já seja pelo modo em que atuamos, as coisas que dizemos, e as marcas/produtos que consumimos. No mundo da web, todas essas coisas podem ser meticulosamente definidas a priori e voltadas num perfil idílico aonde o ego do eu parece não ter fim.

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